Bruckner, A : Symphony No.8 in C minor

Meu encontro com a música de Mahler somente ocorreu aos cinqüenta anos. Conhecia e apreciava, é claro, a 5ª, a 1ª e a 3ª. Assim mesmo, um encontro pleno somente com a 5ª. A partir dessa idade, por meio da nº 2, a identidade passou a ser completa e assaltou-me uma paixão avassaladora pela obra desse compositor, que ainda permanece.

Quanto a Bruckner, a resistência fora maior. Pois é, eu tinha que aguardar a chegada dos sessenta, que está muito próxima, idade em que Brucknerr começou a compor a 8ª Sinfonia, obra maravilhosa que me fisgou completamente para o universo desse compositor genial. O namoro já se iniciou e vai ser tão firme quanto aquele mantido com Mahler, com certeza. Creio que os dois conseguirão viver juntos numa "menage a trois". O responsável por essa fisgada bruckeriana foi Sergio Celibidache, esse regente fenomenal. Sua versão da 8ª, da qual existe um laser disc de uma apresentação com a Filarmônica de Munique, no Japão, é simplesmente de outro mundo. A empatia orquestra/regente é total e o resultado divino. Que dizer do início adágio? Caramba, um homem sobre cuja vida emocional quase nada se sabe, aos sessenta anos, no século XIX, compondo uma música tão apaixonada como essa.

Vamos lá Bruckner! E hoje tem a 2ª Sinfonia com a OSESP.