27 de junho de 2007

LASTIMÁVEL


Infelizmente, este é o mundo em que estamos vivendo.

Um amigo mandou-me esta reportagem traduzida.



Numa experiência inédita, Joshua Bell, um dos mais famosos violinistasdo Mundo, tocou incógnito durante 45 minutos, numa estação de metrô de Washington, de manhã, na hora do rush, despertando pouca ou nenhuma atenção. A iniciativa foi do jornal "Washington Post", com a idéia de lançar um debate sobre arte, beleza e contextos.Ninguém reparou também que o violinista tocava com um Stradivarius de 1713 - que vale 3,5 milhões de dólares. Três dias antes, Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam 100dólares.Ali na estação de metrô foi ostensivamente ignorado pela maioria, à exceção das crianças, que, inevitavelmente, paravam para escutar Bell... Segundo o jornal, isto é um sinal de que todos nascemos com poesia e esta é depois, lentamente, sufocada dentro de todos nós. "Foi estranho ser ignorado" disse Bell, que é uma espécie de 'sex symbol' da música clássica, vestido de jeans, t-shirt e boné de basebol, interpretou "Chaconne", de Bach, que é, na sua opinião, "uma das maiores peças musicais de sempre, mas também um dos grandes sucessos da história". Executou ainda "Ave Maria", de Schubert, e "Estrellita", de Manuel Ponce - mas a indiferença foi quase total.Esse fato, aparentemente, não impressionou os usuários do metrô. "Foi uma sensação muito estranha ver que as pessoas me ignoravam", disse Bell, habituado ao aplauso. "Num concerto, fico irritado se alguém tosse ou se um celular toca. Mas no metrô as minhas expectativas diminuíram. Fiquei agradecido pelo mínimo reconhecimento, mesmo um simples olhar", acrescentou. Diretor da National Gallery, não se surpreende: "A arte tem de estar em contexto". E dá um exemplo: "Se tirarmos uma pintura famosa de um museu e a colocarmos num restaurante, ninguém a notará". Aqui fica o filme no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=hnOPu0_YWhw

3 comentários:

Anônimo disse...

vejo com um certo oportunismo pra chamar a atenção da mídia essa iniciativa. dificilmente qualquer um de nós poderia parar o que fazemos para ver alguém tocar no metrô. muita gente não tem como explicar ao chefe que demorou no metrô pq parou para ouvir alguém tocar. é uma iniciativa que só desvaloriza a arte e faz sensacionalismo. pena que um grande músico tenha se prestado a esse papel. beijos, pedrita

Cleston disse...

Oportunismo ou não, sem informação não é possível gostar de nada.

Pierluigi disse...

Vamos considerar a hipótese de uma placa colocada lá com os dizeres "Sou Joshua Bell" - com certeza muitos parariam para ouvir e pedir autógrafos. Estamos vivendo a "era das celebridades" onde, na maior parte das vezes, se dá muito mais importância ao nome e à imagem de um artista do que à sua real atividade ou competência.

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