A oportunidade de ver Hampson ao vivo após quase vinte anos de curtição foi memorável. Os cabelos já embraquecendo, mais magro, uma figura que transborda elegância e simpatia. O momento foi de dupla alegria porque a oportunidade se fazia acompanhar de Mahler, um dos meus compositores prediletos. Sempre gostei muito de seu Mahler, agora muito mais porque se trata de uma leitura mais "madura", apropriada a esse ciclo de canções.
Philippe Jordan foi outra oportunidade ímpar, pois estávamos diante de um dos novos talentos da batuta. Aos primeiros acordes da 6ª de Mahler, uma surpresa. Era algo de novo, completamente diferente de outras versões que conheço. De início, o andamento um tanto mais rápido que o normal causou-me um desconforto, porém, pouco a pouco, sua concepção dessa monumental sinfonia de Mahler foi se afirmando no entrelaçar dos movimentos, culminando com o espetáculo sonoro e grandioso do último movimento. Quer beleza poder ver e ouvir aqueles jovens fazendo música de primeira qualidade.
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