Rachmaninov foi minha primeira paixão em música.
Nos meus dezenove anos, enforcava aulas de menor atração do curso de História para assistir aos ensaios da Orquestra Filarmônica de São Paulo, então a melhor orquestra sinfônica da América do Sul, mantida pela iniciativa privada paulista.
Foi no ano de 1967 que, graças a essa orquestra então sob a regência do grande maestro argentino Simon Blech (1924-1997), conheci as principais obras do compositor tido na época por alguns críticos como absolutamente reacionário "punto e basta".
Eu poupava em gastos pessoais para poder adquirir os discos importados com sua música tocada pela Orquestra de Filadélfia, sob a
regência de Eugene Ormandy, que foi amigo do compositor.
Eu poupava em gastos pessoais para poder adquirir os discos importados com sua música tocada pela Orquestra de Filadélfia, sob a
regência de Eugene Ormandy, que foi amigo do compositor.
Sobre Simon Blech:
"Acertadamente foi a Orquestra Filarmônica de São Paulo procurá-lo nas sulinas plagas (i.e.Argentina), convidando-o para as altas, exaustivas responsabilidades de regente-titular e diretor artístico da notável instituição. O acerto da escolha é mais que indiscutível. em um ano de trabalho intensivo e construtivo, o Maestro Simon Blech formou um conjunto sinfônico do qual São Paulo e o Brasil podem a justo título se orgulhar. De fato, a Orquestra Filarmônica de São Paulo converteu-se na melhor orquestra do país e da própria América Latina, ao parecer de abalizados críticos musicais norte-americanos" (programa de concerto).
Em Revista Brasil-Europa: 68: Jovens talentos e renovação em relações internacionais Nelson Freire e Simon Blech
Leitor da história da música escrita por Oto Maria Carpeaux, eu não me conformava com suas críticas ao meu querido russo, e também ao que alguns amigos também diziam contrariamente ao seu trabalho. Os anos deram-me razão. O compositor hoje tem reconhecido os seus méritos.
Isso tudo que aqui vos digo é em função da belíssima execução que a Filarmônica de Berlim sob Rattle deu da 2ª Sinfonia em Mi menor, em Madri, no dia 1/5 , por ocasião do Concerto Europeu do ano de 2012.
Concerto en directo du Teatro Real de Madrid
Emmanuel Chabrier: España
Joaquín Rodrigo: Concierto de Aranjuez pour guitare et orchestre
Serge Rachmaninov: Sinfonia n º 2
Joaquín Rodrigo: Concierto de Aranjuez pour guitare et orchestre
Serge Rachmaninov: Sinfonia n º 2
Cañizares (guitare), a Orquestra Filarmónica de Berlim, Simon Rattle (direção)
Acabei de assistir ao concerto que baixei hoje. Que prazer ouvir aquelas lindas melodias, que perpassam todos os movimentos, realçadas na execução e ver tantos novos detalhes trazidos a luz pela leitura de Rattle.
O público correspondeu com muitíssimos aplausos.
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