16 de fevereiro de 2015

LEILA FARAH, CONTRALTO (1935-2014)

Eu soube de sua existência  por meio de amigos (as) que estudavam canto. Um deles certo dia, no Municipal, disse-me:
"Olhe, aquela é Leila Farah, a mestra."
Hoje, quando estava editando um programa de 1949, de uma apresentação da 9ª Sinfonia de Beethoven, para o livro digital que estou preparando sobre a carreira de Constantina Araujo, resolvi procurar por Leila na web. Encontrei essa transcrição de um artigo de João Luiz Sampaio sobre a morte de Leila. Em sua homenagem transcrevi-o no blog.





"A mestra de todos os mestres" 

Alunos relembram a professora de canto Leila Farah, que morreu na terça-feira 

JOÃO LUIZ SAMPAIO 

Você talvez não a conhecesse, mas, se tem ido aos palcos de ópera prestigiar nossos cantores, sem dúvida teve contato com os frutos da vida que d. Leila Farah dedicou ao canto - primeiro encarnando papéis como Carmen e Dalila e, mais tarde, como professora. De Céline Imbert à revelação Gabriella Pace, nobre linhagem do canto lírico passou pelas mãos de d. 

Leila, que morreu na terça-feira, aos 79 anos, vítima de problemas cardíacos. 

"Com Eliane Sampaio, ela era a detentora da melhor escola de canto brasileira", diz o maestro Jamil Maluf. "E, além de grande professora, era a maior promotora do talento de seus alunos. Foi através dela que conheci Céline Imbert, Claudia Riccitelli, Luciana Bueno, Paulo Szot, Gabriela Pace, Guiomar Milan, Leonardo Pace, etc." 

"Tudo o que sou, devo a ela", diz Gabriella. "Não era mais uma relação entre aluna e professora, mas, sim, de mãe e filha. D. Leila foi a grande mestra de todos nós." Escreve Céline Imbert: "Foi a mestra de todos os mestres." 

Ensinar canto é uma tarefa especial e é natural que o contato de anos e anos entre aluno e professor transforme-se em algo mais do que um acordo profissional. A voz é o mais pessoal e visceral dos instrumentos - e d. 

Leila sabia disso, vivia intensamente ao lado de seus alunos o processo de criação da voz. E, com eles, compartilhava a paixão pela música. 

"Ela esteve ao nosso lado até o fim, até o momento em que conseguia sentar-se ao piano e trabalhar", lembra Gabriella. "Foi como uma vela, apagando-se aos poucos." Só que esta chama jamais se apaga - continuará viva por muito tempo nas vozes de seus alunos. Essa é a magia do canto, que d. 

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