29 de novembro de 2006

ROBERT DEVEREUX, DE DONIZETTI


(Munich, 2005) Edita Gruberová, Roberto Aronica, Jeanne Piland, Albert Schagidullin, Manolito Mario Franz, Der Chor der Bayerischen Staatsoper, Das Bayerische Staatsorchester, cond. Friedrich Haider, staged by Christof Loy, directed by Brian Large. Deutsche Grammophon NTSC 073 418-5
Donizetti foi um compositor prolífico, tendo composto nada menos que 75 óperas, num período de 19 anos , de 1816 a 1845. "Robert Devereux" é do ano de 1837, tendo sido composta para São Carlos de Nápoles.
Embora tenha o nome do protagonista masculino, trata-se de uma ópera que, como tantas outras do compositor, as principais personagens são feminas, aqui Elisabetta e Sara.
Considero-a uma das mais belas do compositor, injustamente pouco encenada, creio que devido às dificuldades que apresenta para a principal personagem feminina. Beverly Sills disse que a personagem abreviou em dez anos a sua carreira.
As duas versões em vídeo, anteriores a de Gruberova, por força de uma "inexistente direção cênica" foram marcadas pelo estereótipo da rainha de da Inglaterra. Tanto Sills como Alexandrina Pendatchanska, grandes intérpretes do papel inspiraram-se na atuação de Bette Davis para o filme "Meu reino por um amor". Já nesta versão, temos uma Elisabetta mulher. Mulher como tantas outras plebéias que ama e sofre com as vicissitudes que de regra acompanham o amor. Estamos diante de uma mulher de carne e osso, magnificamente vivida em cena por Gruberova, perfeita aos sessenta anos ! Seu « Va !!! » é arrepiante.
As questões de Estado servem de fundo para a cena e fornecem aqui um substrato ideal. A ação se passa na atualidade, sendo a rainha vista como uma primeira-ministra. Uma conspiração palaciana bem marcante nesta encenação, dá o suporte para os amomentos de amor e ciúme que dominam a ópera.
O barítono que faz o papel do Duca di Nottingham , Albert Schagidullin, tem uma bela voz e boa presença física . Gostaria de vê-lo num papel verdiano.
Roberto Aronica e a mezzo Jeanne Piland também não ficam atrás, embora o papel do tenor careça de desenvolvimento.
Grande parte do mérito desta produção se deve ao trabalho do diretor Christof Loy.
A Bayerische Staatsorchester, conduzida com brilho por Friedrich Haider, valoriza ainda mais essa bela partitura.
Enfim, um dos mais belos trabalhos do bel canto numa versão primorosa.

Nenhum comentário:

Thomas Hampson: The famous baritone and his love for Franz Schubert

00:00 ​ Franz Schubert: Erlkönig (excerpt) 05:49 ​ Franz Schubert: Der Wanderer an den Mond (excerpt) 07:54 ​ Franz Schubert: Der Sänger ...