23 de maio de 2007

ELENA OBRASTZOVA


Embora tenha sido uma noite friorenta, a casa estava quase completamente lotada. Admiradores não se importaram com a temperatura de inverno, e deixaram suas casas para homenagear uma grande dama do canto. Não deixaram a sala insatisfeitos, com certeza. Embora acometida por um resfriado que lhe causava visíveis problemas, Obrastzova entrou no palco sorridente e iniciou o recital com canções de Reinaldo Hahn, em seguida passou para o irreverente Satie e, por fim, para algumas canções de Tosti em francês. A meu ver, ali residiu o ponto alto da primeira parte. Com muita emoção transmitida pelos textos e pelas músicas, a cantora deixou fluir uma interpretação primorosa. Para mim já teria valido a noite. Porém, na segunda parte, reservasda `opera, ela levou o público ao delírio, monstrando completamente a sua arte do canto. Ainda se dispôs a dois encores e, depois, com muita simpatia e boa vontade atendeu no saguão a todos que desejavam fazer fotos ao seu lado e obter seu autógrafo. Obrigado Obrastzova.

8 comentários:

Anônimo disse...

realmente foi uma belíssima apresentação. vou demorar ainda para comentar no meu blog porque tenho outros posts na fila. te aviso quando escrever sobre esse lindo recital. beijos, pedrita

José Carlos Neves Lopes disse...

Você estava lá? Que pena não termos nos visto.
Bjs

Unknown disse...

Não tem sentido pegar-se a detalhes da execução de Obraztsôva, no estágio atual de sua vida-- e ainda mais ela estando visivelmente indisposta. Cabe apenas registrar que ainda vimos muitas das qualidades da cantora. Acho um erro, a esta altura, fazer um repertório de câmara como as canções de Hahn que requerem uma precisão e uma sutileza que a voz não tem mais. Satie, então, foi uma péssima escolha: aquelas canções irônicas, epigramáticas, dependem mais da compreensão do texto do que da música. Concordo com você que, na primeira parte, as melhores canções foram as do Tosti. E, na segunda, gostei da cena da Condessa, da "Dama de Espadas", por razões óbvias, e da Cena das Cartas, do "Werther", que ela fez com uma real emoção. Ah, e a ária da "Périchole" também foi engraçada. Da "Carmen" da Obraztsova eu nunca gostei muito, nem quando ela era jovem -- sempre a achei um tanto truculenta, à la russe, nesse papel. Lamento ela não ter feito um pouco mais de repertório russo. Uma coisa que teria feito bem é o monólogo "Sílyie potáinie" da Marfa, no ato II da "Khovânshtchina". Também lamento não te ter visto lá, JC. Abração.

José Carlos Neves Lopes disse...

Eu te cumprimentei, somente não parei porque havia pessoas conversando com vocês.

Unknown disse...

Me desculpe, José Carlos, como você não parou -- devia ter feito isso -- não percebi que você tinha passado por mim. Hoje, na "Cambiale", pare, por favor.

Anônimo disse...

eu estava sempre falando com o lauro ou sentada na fila ao lado. beijos, pedrita

Eloisa Baldin disse...

Como cantora sei o quanto é difícil subir ao palco quando se está com qualquer problema de sáude e, no caso da Obrastzova, tem que se levar em conta a idade também.
Mas , para mim, foi uma grande lição, aprendi muito naquela noite.
Ela estava linda, é super simpática e transmite isso ao público.
Como não estava bem, visivelmente resfriada ou com rinite, que seja, era de se esperar que mudasse algumas peças ou ainda reduzisse o programa. Mas não, ela obedeceu o programa até o fime ainda mais, obedeceu tudo aquilo que ensaiou. Mesmo com a voz falhando em algumas notas, ela manteve seus pianíssimos ( que é sempre muito difícil, principalmente para quem tem uma voz grande e pesada como ela) e a delicadeza das cancões de Hahn e Tosti. talvez devesse ter escolhido algum outro compositor no lugar de Satie, concordo.
Mas na segunda parte, que é mais a sua "praia", ela nos presenteou com algumas árias memoráveis, principalmente na "Dama de Espadas" - repertório russo que é o que ela domina melhor,lógicamente.
Pelo que me lembre ela cantou três peças como bis, e não duas. Eu até achava que ela não fosse cantar mais nada, afinal ela já havia cantado bastante e a voz estava falhando bastante no final; mas qual não foi minha surpresa de ainda ser presenteada com mais música e ainda a lindamente interpretada Ária das Lágrimas - Va! laisse couler mes larmes.
É sempre uma pena que os grandes cantores venham para o Brasil quando já estão no finalzinho de suas carreiras ou quando estão bem no começo, como foi o caso de Juan Diego Flores alguns anos atrás ... enfim, é melhor do que nada ....
Bravissima Elena e obrigada.

José Carlos Neves Lopes disse...

uUm bdlo depoimento, Eloisa, valeu!
José Carlos

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