14 de maio de 2007

OTTO KLEMPERER (1885-1973)


Hoje comemora-se o aniversário do maestro Otto Klemperer,um dos grandes nomes da regência no século passado. Seus tempi, por vezes arrastados, desconcerta muita gente, porém, eles têm acabam dando uma dimensão muito particular à obra que está sendo executada. A magnitude de sua versão da Missa em Si menor , de Bach; o canto dos sopros nas suas versões da música de Mozart, principalmengte em algumas óperas; a profundidade de sua abordagem do universo mahleriano são, até hoje, unsuperáveis. Mesmo Tchaikovsky, que jamais eu pensaria fazer parte de seu repertório, mereceu uma leitura da 6ª Sinfonia que difere friontalmente de todaas as demais.

Otto Klemperer - Behind every great conductor
By Norman Lebrecht / July 30, 2003


'I wonder whether any young woman today would do what Lotte did, and give up her life for the sake of her father and his art. Lotte was the only daughter of Otto Klemperer, the conductor who, more than any other, made Berlin a byword for musical modernism in the 1920s and London a benchmark for orchestral excellence in the 1960s."


4 comentários:

Unknown disse...

A questão da lentidão dos andamentos de Klemperer merece uma atenção especial: é uma tendência que surge com a idade e que se intensifica, no final da vida, após o derrame que ele sofreu e que o fazia, nos últimos anos, ter de reger em cadeira de rodas. O Klemperer jovem tem um estilo bem diferente. Você conhece as gravações que ele fez quando era regente titular da Ópera de Budapeste, e que foram lançadas pela Hungaroton? Há momentos em que ele parece ter sido possuído pelo demônio. A mais impressionante delas é um "Mestre Cantores" excepcional.
Outra faceta do músico que vale a pena destacar é a do compositor. Dentre os regentes-compositores -- Furtwängler, Doráti, Markhevitch -- Klemperer, que se situa numa linhagem Bruckner-Mahler, é um dos mais originais [observe que, nesta categoria, não incluo Bernstein pois, nele, reger e compor são atividades independentes e igualmente ricas].
Se você me perguntar qual é a minha gravação favorita de Klemperer, direi, sem hesitar, que é a "Segunda" de Mahler.

José Carlos Neves Lopes disse...

Realmente Lauro, com Bernstein também deu-se o mesmo. Um vídeo antigo de uma 9ª de beethoven com a Filarmônica de Viena mostra bem isso. A partir dos 50 anos , creio, suas leituras foram ficando mais lentas.
Concordo plenamente com a preferência pela 2ª de Mahler (Ludwig), mesmo aquela outra com a Janet Baker, ao vivo creio, é fenomenal .

Unknown disse...

É o inverso do que aconteceu com Toscanini. A credito que a necessidade dele de provar, para si mesmo e os outros, que não estava declinando, o fez adotar andamentos cada vez mais rápidos. Se você comparar a integral de Beethoven com a NBC àquela anterior, com a Sinfônica de Londres, verá que ela tem andamentos desabalados. Inversamente, o "Parsifal" dele em Bayreuth é mais lento até do que a famosa gravação de 1951 do Knappertsbusch.
Aliás, essa questão dos andamentos lentos em Klemperer, Knappertsbusch ou Celibidache merece todo um estudo, comparado à abordagem dos tempos em outros maestros (Böhm, por exemplo, que eu considero um modelo do andamento natural, espontâneo). Em alguns autores -- como Bruckner -- esse é um ponto essencial para avaliar a interpretação: não há nada mais antagônico do que a "Nona" de Celibidache e a de Furtwängler.

José Carlos Neves Lopes disse...

Feliz lembrança a de Böhm como andamento natural. Pode-se ter uma boa idéia na sua série em dvd das sinfonias de Mozart.
Quanto a Toscanini, quando ouvi pela primeira vez a abela abertura Egmont por ele, ficou-me a impressão de que ele regia com um chicote à mão em vez da batuta. Realmente seus andamentos da fase final eram muito rápidos. Acho que assim sendo se desfigura a obra, perde-se muito do lirismo.

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