Foi a última composição de Serguei Rachmaninov (1873-1943). Sua estréia deu-se com a Orquestra de Filadélfia, sob a regência de Eugene Ormandy, amigo pessoal do compositor, em 1941.
Sua estréia, em São Paulo, aconteceu em 1968, com a Orquestra Filarmônica de São Paulo, sob a regência do saudoso maestro argentino, seu regente titular, Simon Blech (1924-1997). Foi no Tuca e eu estava lá. Fã incondicional de Rachmaninov, amei a peça de imediato e saí em busca de uma gravação. Naquela época, como hoje, somente um LP importado, que custava e ainda custa muito caro. Foi na Breno Rossi, elegante casa de discos na rua Barão de Itapetininga, que o encontei. Comprei é claro.
Escrevendo estas linhas, veio-me à lembrança que um filho de Simon Blech, então com 19 anos, foi por um período clarinetista da orquestra. Fui procurá-lo na web e encontrei sua página.
Há uma bela homenagem a seu pai quando narra sobre um lugar cujo nome em seus últimos momentos de vida, Simon murmurara: USTVARI
Simon Blech foi "meu professor de música". Cursando o primeiro ano de História na PUC, "matava" as aulas de História Medieval e de Religião para poder assistir aos ensaios, no Tuca, ao lado da Universidade. Nos sábados não perdia um concerto.
Dotado de uma simpatia ímpar e de um belo sorriso tímido, diria, Blech a todos cativava. Suas interpretações foram memoráveis. Neste país onde tudo se perde, muitos dos concertos que devem ter sido gravados pela TV Cultura devem ter se perdido. Uma pena.
Esta semana, teremos a Osesp apresentando essa maravilhosa peça. Eu estarei lá curtindo essa bela peça e dando asas à emoção e às lembranças.
Não perca!
Ouça um trecho
Um comentário:
Grace Henderson Busch, flautista da Filârmônica de São Paulo e da Orquestra Sinfônica Municipal deixa aqui o seu depoimento sobre o maestro Simon Blech:
Desculpe de não ter respondido mais cedo. Estou nos Estados Unidos em viagem e não sempre tive acesso ao Internet.
Conheci Simon Blech em julho de 1966 quando fui convidada a participar na Orquestra Filarmónica de São Paulo. Eu achei Blech um otimo regente que tive paciência com quem achava não capaz de fazer o que ele queria e implacável com aqueles que poderiam fazer melhor. Briguei com ele quando estava na ultima semana de gravidez porque ele sabia que normalmente podia fazer uma frase comprida em Bizet's Sinfonia Fantástica. Eu não consegui fazer a frase completa na dinâmica que ele queria sem cortar no meio. Enfim ele se deu conta que não podia mesmo e fiz a frase em duas partes. Sempre ficamos muito amigo e respeitei o trabalho dele demais. Ele voltou reger com a Orquestra Sinfónica Municipal de vez em quando e todos os músicos ficaram felizes quando ele veio.
Atenciosamente,
Grace Henderson Busch
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