13 de maio de 2008

O CASTELO DO BARBA AZUL, UM COMENTÁRIO

Escreve o amigo Afoamir

Deu-se domingo a estréia nos palcos paulistanos da opera de Béla Bartok “O castelo do Barba-Azul” em montagem trazida das Minas Gerais. A se basear nos aplausos, sempre muito generosos, do publico local e dos curriculos dos seus responsaveis, essa apresentação, em muitos termos limpa e agradavel no seu visual e na parte cantada (competente e, inexplicavelmente, cantada em alemão !) pode ser considerada um sucesso. A meu ver, entretanto, cabe algumas considerações que seria o caso destacar, para o entendimento do que vem ocorrendo com a Òpera em nosso meio. Uma peça como “Barba-Azul”, que não tem como natureza um espetaculo “cantabile” como o grande publico sempre deseja ouvir, é crucial que haja o entendimento do seu enredo e do texto. Uma breve leitura das notas do programa, no teatro, antes que as luzes se apaguem e começe a função e, dada a impossibilidade da leitura das legendas projetadas , pela sua deficiencia, torna o espetaculo um exercício penoso e dificil para a sua compreenção. Assim seria de se perguntar, primeiro ao publico, COMO APLAUDIR ENTUSIASTICAMENTE E DE PÈ ! (como vem sendo costumeiro) o espetaculo que não pode ser totalmete entendido; e, aos seu competentes empreendedores e executantes, como não corrigir essa falha grave, que em muitos casos de letreiros brancos em situações muito iluminadas e, como é no caso do “Barba-Azul”, em um ato quase totalmente em negro, ter suas legendas em cor cinza, que as tornam dificilmente legíveis. Outra pergunta: porque cantada em alemão?. Porque não em seu original e ainda mais, porque não no vernaculo? Tradução por tradução, o caso seria apresentar a opera em portugues. Pela natureza dessa peça porque não fazer a adaptação, a qual, acredito, não danificaria a sua estrutura musical, ou não? Algumas correções possibilitariam melhor apreciarmos o genero de que tanto gostamos....

Um comentário:

Leonardo Martinelli disse...

Caro José Carlos,
Apesar de em meu texto não ter abordado seus pontos, faço coro às suas observações. Creio que muito dos problemas da montagem ocorreram por conta da busca da integralidade da parte visual (e mesmo a legenda talvez tenha sido opaca para não "esparramar" para a cena. Vai saber...).
Um abraço e blogueiro amigo.

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