16 de dezembro de 2009

CARMEN SCALA 2009, UM COMENTÁRIO




Acabei de assistir a uma cópia da apresentação de Carmen, nova produção do Scala de Milão, abrindo a temporada no dia de Santo Ambrósio.
A responsável pela encenação foi Ema Dante, já apresentada aqui há alguns dias. Foi a maior vaia que já vi numa apresentação de ópera. Ela aparece no palco e as vaias se iniciam. Barenboim faz de tudo pare tentar superar o acontecimento, em vão. De mãos dadas com o regente, Ema visivelmente constrangida tem que aguentar firme.
Minha opinião, as vaias foram merecidas.
Algumas soluções cênicas que ela encontrou foram rídiculas. Por que a mania de ficar colocando em cena situações que não têm nada a ver com o que está acontecendo e somente servem para roubar a atenção quanto ao que está acontecendo verdadeiramente no palco. Foi assim na cena entre José e Micaela, quando dois coroinhas e um sacerdote se movimentavam com uma cruz e a câmera lhe dando atenção. Aliás há um aspecto religioso ao longo de toda ópera que somente Ema pode saber os sentido. Isso se repete em outros momentos. Igualmente gratuíto é o protesto contraa violência para com os animais nas touradas durante a cena na taberna com Escamilo. A cena nas montanhas é ridiculamente estilizada. Por outro lado há momentos interessantes como o realismo com que é abordada a briga entre as operárias, igualmente a insinuação do destino interligando José e Carmen na cena que antecede a suposta fuga desta última.
Carmen, na versão de Ema Dante é uma mulher extremamente vulgar, e a georgiana Anita Rachvelishvili compõe muito bem a personagem. Mezzo drámatica, é uma Carmen como não se via há muito tempo. Foi muito aplaudida e merecidamente. Kaufmann faz o José já conhecido da versão do Covent Garden. Sua voz esá me soando um tanto quanto entubada. A Micaela de Adriana Damato não compromete, mas também não encanta. Quanto ao Escamilo de Erwin Schrott deixa a desejar. Não me parece ser um papel a um barítono que demonstrou vigor em papéis mozartianos. Os cenários de Peduzzi são bons.Quanto à leitura de Barenboim, parece-me que ele saiu-se melhor na apresentação em Berlim com Villazón e Domashenko em 2006. Entre a encenação de Ema Dante e a de Martin Kusej, fico com a desse último.






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