L'Express du 04/05/2006
Inégalable Mravinski
Bertrand Dermoncourt
Avec lui, la musique prenait véritablement vie. L'écoute des concerts dirigés par le grand chef soviétique, qui ressortent aujourd'hui en coffrets, reste stupéfiante
Inégalable Mravinski
Bertrand Dermoncourt
Avec lui, la musique prenait véritablement vie. L'écoute des concerts dirigés par le grand chef soviétique, qui ressortent aujourd'hui en coffrets, reste stupéfiante
3 comentários:
Foi Ievguêny Mravínski quem pôs de pé a Filarmônica de Leningrado e fez dela a maior orquestra da Rússia. Sua integral das sinfonias de Tchaikóvski é exemplar. A partir da "Quinta Sinfonia", que ele estreou, foi muito ligado a Shostakóvitch e um de seus maiores intérpretes -- até o episódio da #13 que, por razões nunca devidamente explicadas, ele se recusou a estrear. Houve quem dissesse que ele estava totalmente voltado para os cuidados com sua mulher, que estava com câncer, e morreu pouco depois. Mas Rostropóvitch, que nunca o perdoou, dizia que ele teve medo das repercussões políticas dessa sinfonia, sobre poemas de Ievguêni Ievtushênko. Mais tarde, Mravínski se reconciliou parcialmente com DDS e voltou a gravar a sua música -- há um registro excepcional da #15 com ele, e a sua apresentação ao vivo da #6 em Praga é simplesmente espetacular. Mas as relações de amizade entre IM e DDS nunca mais foram as mesmas. Vendo esse episódio com recuo, fica sinceramente difícil condenar Mravinski por, naquelas circunstâncias, não ter tido a coragem de Kiríl Kondráshin, que regeu a estréia da #13. E Shostakóvitch, apesar de ficar ofendido, deveria ter compreendido a situação do maestro, pois ele próprio, em diversas ocasiões, tivera de fazer concessões lamentáveis às autoridades. Viver na URSS, naquela época, era exercitar a arte de nadar em sopa quente.
Infelizmente nunca tive a oportunidade de ouvir Shostakovich, o maior sinfonista, do século passado, por ele. Apenas Tchaikovsky que é fabuloso.
Pois eu te recomendo, José Carlos, a #6 ao vivo (selo Praga), a #15 (Olympia) e a monumental #8, a melhor delas, na Philips. Além disso, há diversos trechos da Quinta em vídeo: por exemplo, "Sonata para Viola", do Aleksandr Sokuróv, mostra o o olímpico final do último movimento com Mravinski e Leningrado e, em seguida, a dionisíaca, frenética versão de Leonard Bernstein, durante a excursão da Filarmônica de Nova York a Moscou.
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